Saúde emocional da equipe deve ser preocupação recorrente para gestores

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Foto: Pixabay

A consultora organizacional Caroline Marcon destaca que, além de saber priorizar as tarefas, o profissional deve procurar estruturar o trabalho de forma mais simples e satisfatória

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional cujos sintomas são exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. Normalmente é resultado de uma rotina de trabalho extenuante, cujo estresse não consegue ser gerenciado com sucesso. Não à toa também é chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional. Segundo pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), em 2018, 32% da população nacional apresenta o distúrbio. Ou seja, devido à sua dimensão, trata-se de um problema que não pode ser ignorado.

Inspirada no livro “Sem Esforço, do autor best-seller e palestrante especialista em produtividade, Greg McKeown, a consultora organizacional, coach executiva e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Caroline Marcon, sugere aos profissionais algumas dicas práticas para lidar com as atribuições do trabalho de maneira que o estresse não se torne algo insustentável. Nesse sentido, além de saber priorizar as tarefas, o profissional deve procurar estruturar o trabalho de forma mais simples e satisfatória.

De acordo com Caroline, o intuito com as sugestões é que o trabalho seja sentido pelo profissional como uma atividade que flui naturalmente, energizada por significado e prazer. Para isso, é preciso inicialmente alcançar o estado de espírito sem esforço, para depois realizar as atividades sem esforço e colher os resultados sem esforço. “O estado sem esforço é o estado da clareza de objetivo, em que você está presente e atento ao que é importante, mas ao mesmo tempo sente-se descansado e energizado. Ele acontece na intersecção entre a ação essencial e o sentimento de satisfação”, explica.

Para alcançar este estado, segundo a consultora organizacional, o profissional necessita primeiramente abandonar a crença de que o trabalho importante e produtivo só é alcançado por meio de sangue, suor e lágrimas. Assim, ele deve olhar para o seu eu essencial e questionar-se não é possível desempenhar sua função com mais simplicidade.

“O que é importante não precisa ser feito de forma sisuda e pesada”, diz Caroline, exortando os profissionais a se divertirem enquanto trabalham, incluindo o prazer no dia a dia, por meio de momentos de pausa intercalados na rotina de trabalho. Conforme a coach executiva, contribuí também para a construção do estado sem esforço evitar reclamações, pois elas fazem com que a pessoa foque no negativo tornando um atividade que pode ser prazeirosa em fardo. “Desse modo, para cada reclamação diga algo bom e corte a negatividade”, recomenda.

Depois de o profissional atingir o estado sem esforço, ele deve partir para realizar as ações sem esforço. Uma boa dica, de acordo com a consultora organizacional, é começar a rotina, fazendo uma lista do que deve ser feito naquele dia de trabalho, concentrando-se no que contribui para avançar naquilo que é essencial para atingir seus objetivos. Se o intuito é retirar a pressão de seus ombros, não adianta ser perfeccionista nessa atividade. “Comece com um rascunho e vá melhorando paulatinamente”, diz. Segundo Caroline, é igualmente importante estabelecer um ritmo diário no trabalho. “Seja produtivo e constante, sem se ‘matar’ “, sugere.

Seguindo à risca as dicas já mencionadas, será muito difícil que os resultados não apareçam. Segundo a coach executiva, ao focar nos objetivos claramente, ao parar de acreditar que o trabalho precisa ser difícil e exaustivo, ao blindar-se da negatividade, ao planejar sua rotina e dar pequenos passos de maneira consistente no dia, aumentam sensivelmente as chances de que o trabalho se torne fonte de prazer e não de estresse desmedido que acarreta síndrome de burnout.

Aos líderes e gestores corporativos, Caroline recomenda algumas práticas para maximizar o estado e as ações sem esforço. Dessa forma, ela pede que:

  • Ensinem o que sabem e pratiquem o que ensinam;
  • Simplifiquem: liberem espaço mental fazendo checklists para lembrá-los dos compromissos e foquem em poucas e boas opções, evitando distraírem-se com excesso de informações;
  • Desenvolvam um time de alta confiança, com base nos 3 Is: Integridade, Inteligência e Iniciativa.

Sobre Caroline Marcon

Graduada em Direito e em Administração de Empresas com mestrado em Comportamento Organizacional. Certificada em Coaching Executivo pela Columbia University New York, em ferramentas de Transformação Cultural pelo Barrett Values Centre, em Gestão da Mudança pelo MIT Sloan e em Meditação pelo Dr. Deepak Chopra nos EUA.

Fundadora da Marcon Leadership Consulting e sócia da Field Top Teams Consulting, empresas especializadas em desenvolvimento executivo. Atuou na consultoria global Korn Ferry por nove anos como diretora e coach executiva. Antes disso, trabalhou por cinco anos como consultora para a Organização das Nações Unidas (ONU) na International Telecommunications Union (ITU) e, paralelamente, como consultora de RH na Brasil Telecom/Oi.

É também professora de MBAs de Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança da FGV/SP.

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