Outubro Rosa: rastreamento genético oferece prevenção personalizada para pacientes
Foto: Pixabay
Número estimado de casos novos no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos
Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, o mais incidente nas mulheres no Brasil. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de casos novos no país, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 por ano. Com a proximidade da data, a prevenção ganha destaque e, dentre as estratégias disponíveis, há uma que ainda é pouco conhecida e pode salvar vidas: o rastreamento genético.
“A chance de um câncer de mama esporádico ocorrer em uma mulher é de 12% até os 90 anos. O rastreamento populacional visa detectar esse tipo de tumor, que geralmente ocorre pela idade e hábitos de vida, sem ter tanta influência genética da família”, explica o Dr. José Claudio Casali da Rocha, Head de Oncogenética do A.C.Camargo Cancer Center.
Atualmente, se sabe que a prevenção e o diagnóstico precoce são aliados do tratamento do câncer. Dados do Observatório do Câncer, desenvolvido pelo A.C.Camargo, mostram que houve um aumento da probabilidade de sobrevida global estimada em 5 anos no período de 2000 a 2017. O valor foi de 83,2%, nos primeiros 4 anos, para 93,6% nos últimos 3 anos. Esse resultado reflete as inovações e novas descobertas científicas que podem ser oferecidas aos pacientes.
Cerca de 1 em cada 10 casos de câncer de mama é causado predominantemente por genes de predisposição familiar que podem aumentar o risco de quem é portador. Os testes genéticos feitos na saliva, por swab oral, ou no sangue podem detectar a mutação de risco de câncer hereditário e o rastreamento genético pode identificar os familiares que devem seguir programa de prevenção adequado aos riscos.
O teste consiste em identificar o painel genético a partir do DNA do paciente, extraído de um exame de sangue ou swab oral. No laboratório, são analisados os principais genes associados com risco oncogenético. “Hoje, com os painéis de câncer hereditário, é possível estudar dezenas a centenas de genes comuns – os raros e os ultrarraros. Eles explicam cerca de 40% dos casos de câncer de mama antes dos 40 anos”, completa o especialista.
O painel do câncer hereditário inclui a análise dos principais genes associados com risco oncogenético e serve para direcionar a melhor prevenção para cada membro da família. O médico oncogeneticista seleciona o mais adequado, a partir da análise do histórico pessoal e familiar de tumores benignos e malignos.
Antes e após o teste, é feito um aconselhamento com o oncogeneticista para discutir as melhores opções de prevenção, considerando o risco de cada paciente. Com os resultados, é possível trilhar o melhor caminho de prevenção de forma individual.
“Algumas preferem só acompanhar com exames semestrais. Outras escolhem reduzir o risco com cirurgia preventiva. Temos pacientes com alto risco que optaram por ter seus filhos primeiro, amamentaram e só depois quiseram fazer a mastectomia. Hoje em dia, todas as alternativas são possíveis”, descreve Casali.
Junto à rotina de prevenção, as pacientes são orientadas a adotar novos hábitos de vida, com dieta balanceada, cuidados com a saúde mental e atividade física regular.
Sobre o A.C.Camargo Cancer Center
Inaugurado em 1953, o A.C.Camargo Cancer Center tem uma trajetória grandiosa no combate ao câncer, por ser um centro integrado de diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer, referência internacional e modelo sustentável de atuação social.
Os pacientes recebem assistência integrada e humanizada, desde o diagnóstico até a reabilitação. Na área da pesquisa, atua para ampliar o conhecimento e gerar descobertas que representem avanços no tratamento, diagnóstico e prevenção da doença. Na área de Ensino é a principal instituição formadora em oncologia do país.
Ao todo, são mais de 5 mil profissionais engajados com o propósito de combater o câncer paciente a paciente.
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