Dia 27 é Dia Nacional do Idoso – lembrar é necessário

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Foto: Pixabay

O mês de setembro é um mês tomado por datas de conscientização sobre saúde e o tema se estende à terceira idade. Neste dia 27 é comemorado o Dia Nacional do Idoso, estabelecido no ano de 1999, pela Comissão de Educação do Senado Federal com o objetivo de promover a reflexão a respeito da situação dos idosos, os direitos e as dificuldades vividas no Brasil.

Bem próximo às datas citadas, em 1º de outubro, acontece o Dia Internacional do Idoso, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1991, ele tem como foco sensibilizar a sociedade para as questões da terceira idade e a necessidade de proteger e cuidar a população mais idosa.

Essas temáticas têm o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da valorização da população idosa, o fim do preconceito etário e o comprometimento da família e dos demais com o auxílio aos idosos, suas necessidades e a qualidade de vida dos mesmos.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho deste ano e referentes a 2021, pessoas com 60 anos ou mais representam 14,7% da população residente no Brasil, em números absolutos, são 31,23 milhões de pessoas. Fazendo um parâmetro dos últimos nove anos, o contingente de idosos residentes no Brasil aumentou 39,8%. Em 2012, moravam no país 22,34 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando na época 11,3% de toda a população residente. De acordo com a ONU, estima-se que a população mundial com mais de 60 anos possa dobrar nas próximas décadas, passando dos 900 milhões em 2015 para cerca de 2 bilhões em 2050.

Manter a carteira de vacinação dos idosos em dia e respeitar as normas jurídicas que protegem a terceira idade como o Estatuto do Idoso, criado pela Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, devem ser parte do cotidiano de todos.

“Devemos lembrar da importância da sociedade civil combater o etarismo, ele deve ser enfrentado por todas as gerações. O resultado para quem sofre tal ação pode ser na saúde, no desempenho cognitivo do idoso, influencia o desânimo em viver, na perda auditiva, prejudica a sociabilidade e interfere nas atividades preventivas tornando a qualidade de vida, que é fundamental para uma velhice saudável e pacífica, muito mais difícil”, afirma a dra. Anelise Fonseca, coordenadora de Geriatria do Hospital Adventista Silvestre (RJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Regional Rio.

Aspecto muito importante e pouco discutido, o etarismo é uma forma de preconceito contra a idade. Apesar de ser latente no público idoso, ela não é aplicável só a essa faixa-etária. Por exemplo, se uma pessoa perde um cargo de chefia por aparentar ser jovem demais, apesar de ter todos os requisitos solicitados, pode ser uma questão de etarismo.

O tema está camuflado em muitas situações, desde políticas institucionais, primeiras admissões, preconceitos por conta da idade e ações do dia a dia, tendo como envolvidos até as pessoas mais próximas, familiares e conhecidos. Como resultado, podem ocorrer a dificuldade de quem sofre etarismo de conseguir um emprego, ou ocorrem diferenças salariais no mesmo cargo. É uma discriminação que pode ferir os princípios psicológicos de uma pessoa, refletindo em sinais de tristeza, desânimo e interferindo na qualidade de vida.

Outra importante questão para quem chega à terceira idade é a perda muscular, conhecida como Sarcopenia, apesar de ser um processo natural devido ao envelhecimento, é necessário estar atento ao que pode gerar quadros mais graves e abalar a vitalidade e autonomia do idoso. Há uma diversidade de causas que podem contribuir para a perda muscular grave como diabetes, infecções e inflamações a longo prazo, traumatismos e internações prolongadas. Mesmo que qualquer pessoa esteja suscetível à Sarcopenia, idosos apresentam maior probabilidade de desenvolver o quadro por conta da tendência à inatividade física e ao surgimento de doenças crônicas.

“A perda muscular acontece de forma fisiológica a partir dos 30 anos, por isso é importante adotar uma rotina de atividades físicas e uma alimentação balanceada e rica em proteínas desde cedo. Já que é um processo natural e de certo modo irreversível, boas práticas fazem com que esse processo não se torne um problema grave com o passar dos anos”, afirma a dra. Anelise Fonseca que indica alguns passos a serem seguidos para contribuir com um envelhecimento saudável e uma vida de qualidade, como manter atividades físicas e uma alimentação rica em proteínas.

“É muito importante o corpo estar em movimento, é a estratégia mais eficiente para evitar o quadro de enfraquecimento físico entre idosos, praticar atividades aeróbicas e treinamentos de força e resistência, como musculação, pilates e fisioterapia. A proteína é um nutriente essencial para a boa saúde dos músculos e responsável por potencializar os benefícios da atividade física. Alimentos de origem animal, como carnes vermelhas, aves e ovos, são fontes ricas em proteínas, mas elas também podem ser encontradas de forma abundante em alimentos de origem vegetal, como feijão, grão-de-bico e ervilha”, orienta a geriatra que finaliza:

“É necessário que o direito do idoso esteja em todos os lugares e situações, todos nós: filhos e filhas, netos e netas, sobrinhos e sobrinhas e os demais da família devem ter a plena consciência de que a velhice é um processo natural da vida e estar em consonância com os direitos do idoso é obrigação de todos”.

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@priscampos_rj

Editora-chefe e Jornalista Niterói News
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