Obesidade prejudica imunidade e pode aumentar risco de infecções

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Tecido gorduroso produz substâncias que afetam o sistema imunológico, por isso os obesos estão mais suscetíveis a problemas de saúde. Além disso, a obesidade aumenta os níveis de inflamação
do organismo

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal e traz riscos, principalmente, para o coração, mas também aumenta as chances de infecções e diversos outros problemas de saúde, como explica a médica endocrinologista Lara Bessa, da Clínica Felippe Mattoso e Labsa+, marcas do Grupo Fleury no Rio de Janeiro.

Segundo a especialista, nem todos sabem que o excesso de peso pode também afetar o sistema imunológico, por isso é importante um alerta, pois o sistema imune sofre diversas alterações em decorrência direta da obesidade e tais alterações podem contribuir para essa suscetibilidade aumentada ao desenvolvimento de doenças crônicas e infecciosas.
 
“A obesidade aumenta o risco de outras doenças por dois principais motivos: primeiro por conta do estado de inflamação crônica, principalmente associado ao acúmulo de gordura visceral, levando a consequências metabólicas, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, Doença Hepática Gordurosa Não-Alcóolica. E segundo por ocasião do impacto mecânico do acúmulo de gordura, associado a osteoartrose, SAHOS (Síndrome da Apneia-Hipopneia do Sono) e DRGE (Doença do Refluxo Gastro-Esofágico)”, alerta a Dra. Lara.

A endocrinologista explica que a obesidade, principalmente quando há maior acúmulo de gordura abdominal, está associada a um aumento de produção de mediadores inflamatórios, levando a um estado de inflamação crônico leve. Esse ambiente inflamatório afeta o funcionamento do sistema imunológico com diminuição da resposta imune frente a alguns patógenos.

“Ao prejudicar a imunidade, a obesidade aumenta o risco de infecções, principalmente o risco associado a doenças virais. Tanto durante a epidemia de H1N1 quanto agora, na pandemia pelo SARS-CoV-2, os pacientes obesos apresentaram um maior risco de evolução para hospitalização, necessidade de uso de ventilação mecânica e mortalidade”, comenta.

Além das doenças crônicas como diabetes tipo 2 e hipertensão, a Dra. Lara relaciona outras doenças que também podem ser desencadeadas ou agravadas pela obesidade, como: 

  • Doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, dislipidemia;
  • DHGNA (Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoóolica);
  • SAHOS (Síndrome da Apneia-Hipopneia do Sono);
  • SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos);
  • Insuficiência renal crônica;
  • Osteoartrose;
  • Neoplasias em locais como mama, ovário, útero, rim, vesícula biliar, esôfago, estômago, cólon, fígado e pâncreas, e próstata;
  • Asma;
  • DRGE (Doença do Refluxo Gastro-Esofágico);
  • Litíase de vesícula biliar;
  • Hiperuricemia; e
  • Doenças psiquiátricas, como depressão.


Também há alguns alimentos que podem prejudicar o sistema de defesa do corpo em uma pessoa obesa e são chamados de pró-inflamatórios, como os ricos em gorduras saturadas (fast foods, por exemplo) e ultra processados (refrigerantes, sucos industrializados, biscoitos industrializados, refeições industrializadas congeladas).

De acordo com a Dra. Lara, como a obesidade é uma doença crônica, é muito importante o acompanhamento médico, tanto para o tratamento dessa doença quanto de outras que podem estar relacionadas. “Manter hábitos de vida saudáveis, como a diminuição de consumo de alimentos ultra processados e gorduras saturadas e a prática de exercício físico regular (mínimo de 150 minutos por semana, de intensidade moderada), diminui o risco de evolução para doenças cardiovasculares e outras patologias associadas a obesidade”, conclui.

 

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