Oba! Cake – A Verdadeira Confeitaria Inclusiva

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Ana Paula Roenick Guenka é empresária, confeiteira e mãe de dois filhos alérgicos a diversos alimentos que sempre encontraram dificuldade de encontrar algo que agradasse o paladar, tanto para o dia a dia quanto para a confeitaria. As dificuldades começaram a partir do aniversário de 2 anos do filho mais velho. Sem conseguir encontrar um bolo confeitado com pasta americana, a nova empreendedora decidiu colocar a “mão na massa” e iniciou uma busca pessoal para aprender a preparar bolos para festas de aniversário na escola.

“A Oba! Cake nos escolheu. Por causa dos meus filhos, comecei a procurar produtos que fossem “seguros” para alérgicos, apetitosos visualmente e gostosos de verdade ao paladar. Na linha confeitaria, não encontrei muita coisa que nos agradasse”, explica.

Lúcia Guenka, avó de seus filhos e sócia de Ana Paula, é a degustadora oficial da empresa. A empresária relata que a sócia possui paladar bastante refinado e todos os produtos são avaliados por ela. É uma grande incentivadora e que carrega consigo a missão da inclusão no seu mais amplo sentido. “A Oba! Cake é uma empresa que preza pela inclusão de pessoas com restrição e alergia alimentar. Inclusão em seu sentido amplo de acolher, respeitar e transformar a “dor da restrição” em um doce gostoso de verdade”, relatam.

Todos os produtos são isentos de lactose, glúten, ovos e proteína do leite de vaca. Ao trabalhar utilizando ingredientes de menor potencial alergênico, há uma maior restrição de matéria prima em relação à confeitaria vegana. Entender os ingredientes e os papeis que desempenham, é essencial para desenvolver doces voltados às diferentes restrições alimentares.

Mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia, a loja física da Oba! Cake foi inaugurada em fevereiro de 2021 no Shopping Uptown, na Barra da Tijuca. Alem disso, a confeitaria pode ser facilmente localizada através do aplicativo iFood, loja virtual inaugurada no final do ano passado, com atendimento via whatsapp.

Nos primeiros meses de 2022, a confeitaria lançou a mistura para bolo de chocolate. Além da praticidade, a mesma pode ser feita no liquidificador. Quanto ao diferencial da empresa, Ana Paula explica que tudo está na garantia à segurança de ausência dos alergênicos, sem abrir mão do sabor e prazer de comer. Toda matéria prima passa por uma avaliação junto aos fornecedores que apresentam por escrito a garantia de ausência de risco de contaminação cruzada.

“Não entra em nossa cozinha nenhum ingrediente sem essa análise prévia. Nossa loja nunca manipulou farinhas com glúten, portanto nossos equipamentos não têm risco de ter contaminação nos motores. É importante mencionar que o glúten fica em suspensão no ar por 24-48 horas e vai se depositando nas superfícies, além de contaminar os motores dos equipamentos”.

Durante a entrevista, Ana Paula se mostra bastante atenta com o desinteresse nas escolas quando o assunto é inclusão. Do ponto de vista alimentar, a confeiteira relata que as escolas referem-se à inclusão como a estar no mesmo ambiente que as outras crianças. “Todos comem no mesmo refeitório”. Entretanto, o assunto traz uma abordagem distante, por vezes até autoritária e pouco interessada no foco principal.

Nas escolas, os alimentos são usados em diversas situações, além das refeições. São aulas de culinária, atividades de Páscoa, entre outras. “Quantas brincadeiras com massinhas feitas com farinha de trigo acontecem nas escolas? E as festas de aniversário? É preciso entender que estar no mesmo ambiente geográfico não é incluir. Incluir depende de participar social e afetivamente, de pertencer ao grupo. Essa questão precisa ser muito discutida ainda nas escolas”.

A confeiteira termina complementando a importância de incentivar a inclusão de doces e bolos nas festividades escolares para alunos com alergias alimentares. Desta forma, todos poderão confraternizar juntos e participar ativamente das festas.

Confeitaria inclusiva é “transformar amor, em doce”, conclui.